O Distrito Federal é a Unidade da Federação com maior número de transplantes de córnea realizados em 2012. No ano passado, 407 operações foram feitas, eliminando a lista de espera. Os dados são da Agência Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). De acordo com o oftalmologista Hilton Medeiros, da clínica de Olhos Dr. João Eugênio, em mais de 90% dos casos, o transplante costuma recuperar a visão de pessoas que têm alguma deficiência visual por problemas de córnea.

A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do globo ocular ou seja na frente do olho. A substituição é indicada quando há alguma lesão ou doença que afete sua curvatura ou a torne opaca, prejudicando o foco e a passagem da luz.

“No Brasil, a principal alteração dessa estrutura é causada pelo ceratocone, uma doença que afina a córnea e a deixa em formato de cone”, explica o médico. Perfurações oculares também são causas frequentes. Há ainda outras doenças que podem demandar o transplante, como leucomas, ceratoglobo, degeneração marginal pelúcida, entre outras.

Existem dois tipos de transplantes: o penetrante (que substitui toda a espessura da córnea) e o lamelar (que substitui apenas uma parte da córnea). Neste último, o procedimento pode ser feito sem a necessidade de pontos, dependendo da técnica utilizada.

A cirurgia é delicada e costuma ser realizada em torno de uma hora. Um dos maiores riscos a que está sujeito um paciente com córnea transplantada é o de infecção e de rejeição, em razão de ter recebido um novo órgão.

Os cuidados no pós-operatório, vão além das visitas médicas para avaliação. “O transplantado deve usar óculos de proteção para atividades do dia-a-dia, aplicar colírio de corticóide conforme indicação médica, ter muita atenção com a higiene, evitar levar as mãos aos olhos e nunca coçar os olhos para não romper os pontos”, esclarece Hilton Medeiros.

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