Uma nova droga chamada Eylia está trazendo melhores resultados no combate `a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e mais qualidade de vida aos pacientes. A substância é indicada para o tratamento da DMRI úmida, a forma mais séria da doença, que se caracteriza por um crescimento anormal de vasos sanguíneos que produzem vazamento de líquido e sangue na mácula (parte da retina responsável pelo foco). Esse extravasamento leva à distorção da imagem, embaçamento da visão, alteração das cores e até cegueira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que a DMRI úmida afete 3 milhões de pessoas em todo o mundo, representando 8,7% de todos os casos de cegueira. Os pacientes da doença podem sofrer com a redução da qualidade de vida, isolamento social, depressão e maior risco de acidentes, decorrentes da perda da visão.
De acordo com o oftalmologista Hilton Medeiros, o novo medicamento representa uma vantagem significativa em relação ao tratamento disponível até o momento. “Antes do Eylia, o paciente era submetido a injeções nos olhos todo mês. Agora, o paciente terá de ir ao consultório mensalmente apenas nas três primeiras aplicações, depois a frequencia passa a ser bimestral”, explica o médico.
A substância, aplicada por meio de injeção intravítrea, reduz os níveis da proteína VEGF (fator de crescimento vascular derivado do endotélio) e inibe o crescimento de novos vasos sanguíneos, provocando a diminuição de fluído e sangramentos. Dessa forma, é possível melhorar a visão.
A DMRI é uma doença associada ao envelhecimento. Traumas, infecções, inflamações e altas miopias também podem lesionar o tecido retiniano. A incidência da DMRI úmida (exsudativa ou cistoide) é menos comum (10% dos casos), já a seca (atrófica) responde por 90% dos casos. Às vezes, a forma seca se transforma em úmida conforme vasos anormais são formados sob a mácula.
A doença não tem cura, mas existe prevenção, controle e tratamento. Nas fases iniciais, os sintomas podem ser bastante discretos a ponto de a pessoa não notar o problema. Por isso é importante realizar check-up oftalmológico periodicamente. “Os danos à visão central são irreversíveis, mas a detecção precoce da degeneração macular ajudam a controlar alguns dos efeitos e a evolução da doença”, afirma Hilton Medeiros.