A dor de cabeça pode ser provocada por diversas causas e, pelo menos, uma vez ao ano acomete todos os brasileiros. Quando o sintoma é frequente, é necessário fazer uma investigação para identificar o motivo. A origem de uma dor de cabeça pode estar nos olhos quando vem acompanhada de uma diminuição da visão, de sombras no campo visual, de lacrimejamento, de fadiga ocular ao final do dia, entre outros.
“Os recordistas entre os causadores de dor de cabeça são os erros de refração, que exigem correção, como a miopia, astigmatismo, hipermetropia e a vista cansada. Os sintomas aparecem após um período de esforço visual, normalmente ao final do dia, depois do trabalho ou de aulas”, afirma o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos João Eugênio. Este tipo de queixa é denominado de astenopia.
No caso de pessoas que são míopes ou possuem astigmatismo, a dor costuma ser desencadeada por insuficiência de correção. Segundo o especialista, num esforço de enxergar melhor, o paciente aperta as pálpebras contraindo os músculos orbiculares. Já aqueles que sofrem de hipermetropia forçam os músculos intrínsecos do olho para focar os objetos longe e perto, enquanto quem apresenta vista cansada ou presbiopia, esforça-se para focar os objetos de perto.
“É comum que esses esforços musculares, por tempo prolongado, causem fadiga e dor de cabeça. A solução para corrigir esses vícios de refração é a correta prescrição de óculos, lentes de contato ou pela cirurgia refrativa”, explica Hilton Medeiros. Além de dor de cabeça, esses esforços podem desencadear lacrimejamento, vermelhidão dos olhos e prurido das margens palpebrais, o que, com o passar do tempo, levam ao desenvolvimento da blefarite (caspas entre os cílios).
Estrabismos, insuficiências de convergência, uveítes e glaucoma agudo também podem provocar cefaléia. No último caso, o aumento da pressão intraocular provoca dores intensas e resistentes aos analgésicos.
Enxaqueca oftálmica
A enxaqueca oftálmica, também conhecida como aura visual, se distingue das enxaquecas clássicas por afetar a visão e os sentidos. A doença atinge cerca de 1% da população mundial e provoca sintomas, como: alterações na visão seguidas de forte dor de cabeça, enjôo, mal-estar, intolerância a som alto, sonolência e fotofobia.
De acordo com Hilton Medeiros, o paciente costuma informar também a percepção de luzes em zig-zag, a perda de metade do campo visual (recuperada com o passar da crise) e dor de cabeça em apenas um lado. “Em alguns casos a pessoa chega a perder temporariamente a visão”, explica o médico.
Embora chamada de enxaqueca oftálmica, a doença tem origem neurológica. Trata-se de um distúrbio rápido, intermitente e reversível de circulação cerebral, que precede o aparecimento das crises de dor de cabeça.
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Camila Cortez
Assessora de comunicação da Clínica de Olhos João Eugênio
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