O oftalmologista Hilton Medeiros conta que a alergia e a coceira facilitam o desenvolvimento do ceratocone, doença caracterizada por um afinamento progressivo da córnea. Originalmente de formato côncavo, quando doente a córnea fica cada vez mais fina, mole e vai tomando a forma de um cone. “Isso compromete a visão, e o tratamento, às vezes, pode ser complicado”, salienta.
O ceratocone é classificado em estágios moderado ou severo e se manifesta por miopia e astigmatismo nos olhos. Por isso, é comum que muitas pessoas tenham o mal sem saber. Quando a doença evolui, contudo, o paciente pode até perder a visão, que só irá ser recobrada com a utilização de lentes de contato, cirurgias e óculos. “Por isso, a insistência para não coçar os olhos. Há muito tempo, os especialistas já relacionam o surgimento do ceratocone a pacientes alérgicos, pois esses têm histórico de coçar os olhos demais”, justifica.
Segundo o médico, a pressão que o dedo faz nos olhos muda a estrutura da córnea e da fibra ocular, deixando-a mais elástica, e, com isso, aumenta a pressão. E mesmo se expondo a esse risco, a pessoa que insiste em coçar os olhos vai apenas fazê-lo ainda mais. O oftalmologista explica que o ato estoura os mastócitos, células responsáveis pelas reações alérgicas que conduzem os leucócitos até a área afetada, para criar uma vasodilatação. Essa ruptura libera histaminas que aumentam ainda mais a coceira. “É dessa forma que os olhos ficam vermelhos e irritados. O ideal mesmo é não coçar”, salienta.