Após os 60 anos de idade, muitas pessoas são acometidas com a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). A doença acarreta baixa visão central por danos na retina, chegando a impossibilitar o idoso de ler, reconhecer as cores, dirigir veículos, entre outras atividades do cotidiano. Até então, a DMRI só podia ser tratada com eficácia no estágio inicial. Agora, uma nova lente recém-lançada em todo o mundo, a SML (Schariot Macula Lens), possibilita que pessoas com DMRI em estágio avançado voltem a enxergar de perto.
“O paciente volta a enxergar com a parte periférica da visão que foi perdida. A SML amplia o texto cerca de duas vezes, melhorando a capacidade de leitura de perto, e o tamanho das manchas escuras causadas pela degeneração na retina permanece o mesmo porque a lente não amplia as partes danificadas da mácula”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, especialista em retina e vítreo da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio.
Segundo o médico, se a pessoa já tiver operado de catarata, a lente SML pode ser implantada em cima da outra. Caso contrário, é preciso operar primeiro da catarata e 30 dias depois implantar a SML. “A cirurgia da SML é indolor e rápida, durando aproximadamente dois minutos. O paciente é liberado imediatamente, ainda com a visão um pouco embaçada, mas em poucas horas estará enxergando normalmente”, esclarece o especialista, lembrando que o implante costuma ser realizado em apenas um dos olhos.
Os principais sintomas da DMRI são manchas escuras na visão, dificuldade de ler e de reconhecer o rosto das pessoas e distorção na visão, chamada de metamorfopsia (postes e portas passam a ser vistos com curvas).
A lente é indicada para pacientes com DMRI em estágio avançado, mas também pode ser útil para pacientes com outras doenças maculares, como maculopatia, retinopatia diabética ou doenças retinianas hereditárias.
Sobre a DMRI
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 10% das pessoas entre 65 e 74 anos e cerca de 30% dos idosos com mais de 75 possuem DMRI. No Brasil são cerca de 2,9 milhões de pessoas, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Entre as causas do surgimento da doença estão o excesso de exposição aos raios solares, tabagismo, dieta rica em gordura, e o baixo consumo de frutas e verduras, que tenham vitamina E, betacaroteno, zinco e cobre.
De acordo com Hilton Medeiros, quanto antes a doença for identificada, maiores as chances de preservar a visão útil. “Isto é possível com o exame oftalmológico de fundo de olho realizado nas consultas de rotina”, conclui o médico oftalmologista.
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Camila Cortez
Suprema Comunicação Integrada
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