Implante suplementar de lente pode eliminar óculos
Inovação também evita o agravamento do olho preguiçoso em crianças com catarata congênita unilateral

Os pacientes que já operaram de catarata podem se livrar de vez dos óculos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o uso de uma lente intra-ocular suplementar multifocal que corrige erros refrativos residuais da cirurgia de catarata. O procedimento é mais seguro que a troca da lente intra-ocular.
A cirurgia corrige o grau residual pós-cirúrgico dos pacientes que ainda possuem a lente monofocal. “Este é um problema comum à maioria dos brasileiros que já fizeram a operação. Como as lentes multifocais são recentes no Brasil, nove em cada 10 pessoas que já realizaram o procedimento ainda possuem a lente monofocal. E mesmo após a cirurgia, a maioria continua com dificuldade de enxergar de perto por causa da presbiopia ou vista cansada”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clinica de Olhos Dr. João Eugênio.
O especialista afirma que acrescentar a lente suplementar é melhor do que substituir por outra. “A indicação para corrigir presbiopia pós-cirúrgica é o implante suplementar multifocal, pois a troca pode provocar a ruptura das fibras oculares que fixam a lente no lugar do cristalino”, diz o especialista.
As crianças que têm catarata congênita também serão beneficiadas com a nova lente. Segundo Hilton Medeiros, o implante de lente suplementar após a cirurgia de catarata congênita impede a evolução do olho preguiçoso na catarata unilateral. A única ressalva é que os tecidos oculares na infância são mais suscetíveis a inflamações. Por isso, o tratamento exige maior acompanhamento do oftalmologista para evitar complicações.
O Conselho de Oftalmologia estima que meio por cento dos recém-nascidos têm a doença. Trata-se de uma importante causa de deficiência visual grave na infância, que pode levar ambliopia ou olho preguiçoso severo quando atinge só um olho.
A lente multifocal convencional, por sua vez, é contra-indicada na cirurgia de catarata de quem já passou por refrativa. Neste caso e em pacientes que fizeram transplante de córnea, o tipo de implante complementar varia de acordo com a dificuldade visual.
O grau residual pós-cirúrgico pode ocorrer em que tem alto grau de miopia ou hipermetropia, apesar da biometria de coerência óptica ter aumentado bastante a precisão de refração durante o procedimento. O problema pode ser eliminado com a implantação de lente suplementar esférica. Já o astigmatismo residual, comum em portadores de ceratocone, doença que afina a parte central da córnea, é corrigido com a lente suplementar tórica. Os vícios de refração e a presbiopia podem ser corrigidos pelo uso de óculos, mas 60% das pessoas preferem ficar longe do objeto.
A catarata é um envelhecimento natural do cristalino, lente interna natural do olho responsável pelo foco, que se torna opaca com o passar dos anos. Atualmente é a doença ocular que mais cresce no Brasil por conta do envelhecimento da população. Levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) aponta que a doença é a maior causa de cegueira tratável, atinge 17,6% dos brasileiros com até 65 anos e 47,1% dos que têm idade entre 65 e 74 anos.

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