Uso inadequado de colírio compromete a visão
Pingar colírio nos olhos por conta própria pode parecer inofensivo, mas representa sérios riscos à saúde ocular. Estes remédios só devem ser utilizados quando prescritos pelo oftalmologista. Os danos causados variam de acordo com o colírio utilizado. Além de mascarar os sintomas da real moléstia ou de não surtir o efeito desejado, podem causar novas doenças, como o glaucoma e a catarata precoce.
“Colírio é medicamento e não uma água refrescante como muita gente pensa. Para se ter uma idéia, os colírios mais populares, como os vasoconstritores, podem provocar alterações cardíacas, elevação da pressão arterial e também aumentam o risco de catarata”, afirma o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos João Eugênio. Geralmente, essas complicações ocorrem depois de alguns anos do uso freqüente da medicação por conta própria.
Os colírios vasoconstritores são usados para reduzir irritações oculares, principalmente, a vermelhidão. São vendidos sem receita e costumam estar sempre no armário do banheiro. Quando utilizados indiscriminadamente, também podem ocasionar o chamado efeito rebote. Esse sintoma acontece quando, na tentativa de sanar a vermelhidão e deixar o olho branco, a pessoa pinga o colírio diversas vezes.
“O colírio vasoconstritor contrai os vasos sanguíneos, que são elásticos, diminuindo a circulação de sangue no globo ocular e os olhos ficam brancos. No entanto, o uso excessivo deste medicamento, faz com que os vasos necessitem de doses cada vez maiores de medicação para atingirem esse aspecto branco”, explica o oftalmologista.
Os colírios antibióticos são ainda mais perigosos, pois, quando usados em excesso, fortalecem as bactérias que atacam o olho, tornando-as mais resistentes e imunes ao tratamento. A longo prazo, assim como no colírio anestésico, o uso indiscriminado aumenta a predisposição de úlceras e outras infecções, podendo perfurar a córnea.
Já o mau uso dos colírios antiinflamatórios, a base de corticóide, pode favorecer a formação de catarata e o aumento da pressão do olho, desencadeando o aparecimento do glaucoma. Até os colírios lubrificantes, que possuem várias indicações e apresentam menos efeitos colaterais, exigem cuidado. “É preciso orientação médica porque esses produtos contêm conservantes e há o risco de provocarem conjuntivite alérgica”, afirma Hilton Medeiros.
Os principais tipos de colírio são: antibiótico, antiinflamatório hormonal (com corticóide) e não hormonal (sem corticóide), antialérgico, vasoconstritor, lubrificante, antiglaucomatoso (para tratamento de glaucoma) e os anestésicos.