Com o passar dos anos, é comum que as pálpebras fiquem caídas. A maioria das pessoas acredita que é um fenômeno resultante apenas do envelhecimento. Mas o que muita gente não sabe é que trata-se de uma efermidade da musculatura de elevação das pálpebras, conhecida como ptose, que pode se manifestar em qualquer idade, até mesmo em crianças. As causas que levam à pálpebra caída extrapolam a questão estética e são de diferentes origens.
“Uma ptose exuberante pode diminuir ou mesmo bloquear a visão. Além de causar um problema estético, atrapalha a funcionalidade da visão, principalmente nas formas mais graves”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros.
A ptose mais frequente é conhecida como involucional. Ela é causada pelo enfraquecimento do músculo elevador das pálpebras, por um processo de envelhecimento, levando à queda progressiva. Existe ainda a mecânica, que se caracteriza pelo excesso de pele nas pálpebras ou tumoração muito grande que leva ao comprometimento do campo de visão. Reação alérgica a uma droga ou a cosméticos também pode causar pálpebra caída.
Outro tipo é a neurológica, que pode ser uma consequência de doenças como a miastenia gravis, uma enfermidade neuromuscular que causa fraqueza e fadiga anormal dos músculos voluntários. “A ptose palpebral é o sintoma mais comum da miastenia gravis. Em 40% dos indivíduos com a doença, os músculos dos olhos são os primeiros a serem afetados e, no decorrer do tempo, 85% deles apresentam esse problema”, diz o médico.
A ptose também pode ser genética e se manifestar ao nascimento, resultante da falta de desenvolvimento do músculo elevador da pálpebra e seu tendão durante a gestação. Como a maioria das competências visuais se desenvolvem de forma muito acelerada durante os primeiros meses de vida, a doença pode representar um sério risco. “A obstrução do eixo visual durante este período, pode deixar alterações na visão para toda a vida, além de provocar o aparecimento de ambliopia (olho preguiçoso) e de astigmatismo”, comenta Hilton Medeiros.
O principal tratamento aplicado à ptose é direcionado a sua causa. Quando de origem neurológica o tratamento deverá ser feito pelo neurologista. Nos casos de ptose congênita e também as que aparecem com a idade ou estética, a correção é feita cirurgicamente, com o reposicionamento do músculo elevador das pálpebras.