Passar protetor solar na pele é uma cena comum de se ver nas praias e piscinas brasileiras, principalmente no período do verão, quando o sol é mais intenso. Existe conscientização quanto a proteger o corpo da radiação solar, mas muitas pessoas se esquecem ou desconhecem a necessidade de proteger os olhos. Nesta época do ano a intensidade da luz solar aumenta muito e pode causar problemas oculares.
“A exposição prolongada ao sol aumenta a chance do desenvolvimento de cataratas, pterígio ou “carne no olho”, câncer de pele nas pálpebras e lesões na retina, além de poder causar complicações para alguns tipos de cirurgias refrativas corneanas”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugênio.
Quando a pessoa se expõe a quantidades excessivas de radiação UV, sem proteção, por um curto período de tempo, ela pode sofrer ceratite. “É como se fosse uma ‘queimadura’ da córnea, causando dor, vermelhidão, lacrimejamento, fotofobia e sensação de areia nos olhos”, afirma o médico.
Os efeitos da radiação UV sob a pele são cumulativos. É aconselhável, sempre, o uso de óculos escuros de boa qualidade e que ofereçam proteção adequada aos olhos. Segundo Hilton Medeiros, bons óculos escuros devem bloquear entre 99-100% as radiações UV-A e UV-B; não devem distorcer imagens ou mudar as cores e devem ter lentes cinzas, verdes ou marrons, capazes de filtrar entre 75-90% da luz visível. Os óculos de grau também devem ter proteção UV. Bonés, viseiras e chapéus oferecem proteção adicional.
Além do sol, a água do mar pode irritar os olhos. “A água salgada pode desidratar a superfície do olho e até diluir ou anular funções e fisiologia da lágrima, devido à alteração dos meios de proteção e nutrição da cornea”, alerta o médico. Já a areia da praia costuma provocar coceira. Outro vilão é o cloro presente na água da piscina. A substância pode causar uma conjuntivite química.
Uma boa alternativa para amenizar os efeitos do sal e do cloro, durante o verão, é o uso de lágrimas artificiais. Compressas com água filtrada gelada ou com soro fisiológico sem conservante também promovem o alívio dos sintomas.